Otimizar os gastos para viajar de graça

Vale tudo na hora de tentar uma viagem gratuita? Sim! É possível viajar de graça embora muita gente ainda não acredite. Um amigo de Juiz de Fora sonha em viajar com a namorada, mas ainda associa viagem a “vender a alma às dívidas” – ele não é o único que ainda não descobriu as vantagens dos programas de milhagem. É para o Francisco e esses tantos outros que fica a coluna dessa semana.

Os programas de milhagem buscam a fidelização de clientes por meio de prêmios em milhas, que podem ser conseguidas por trechos aéreos. No caso dos viajantes, a pontuação vai ser creditada conforme o voo e pode ser pedida na hora do check in ou depois da viagem, obedecendo às regras das companhias aéreas. Para quem assistiu ao filme “Up in the Air” com o George Clooney fica fácil saber o que é o programa – mas calma, a história é ficção e bem longe da realidade de quem tem poucos recursos!

Mas e aquele que não é um viajante contumaz e não tem milhas das companhias aéreas? Aí está o “pulo do gato”. Muitas empresas buscam atrair consumidores oferecendo parceria com esses programas.

Uma das opções é se informar sobre o uso do cartão de crédito. Explica-se: um exemplo de empresas que têm parceria com os programas de milhagem são os bancos, que utilizam os cartões de crédito como iscas: o uso do cartão é associado a uma pontuação que pode ser convertida em milhas – ou seja, quanto mais usar o cartão mais vantajoso fica.

É provável que alguns bancos exijam um valor mínimo de pontos antes da primeira transferência para milhas (claro, eles são empresas privadas e visam ao lucro”). Para saber como é feita a pontuação, basta converter o valor da fatura em dólares. Cada dólar equivale a um ponto e cada ponto, uma milha. Muita gente usa cartão de crédito e não se atêm muito aos programas de relacionamento. É possível trocar os pontos por desconto na anuidade, por barracas de camping, e por tantos outros produtos. A conversão em milhas é só uma entre as várias opções.

Para fazer parte de um programa de milhagem basta se cadastrar nos sites das empresas aéreas. A Gol/Varig tem o programa Smiles (que possibilita emitir bilhetes aéreos também para a KLM, America Airlines e Air France). Já pela TAM o cadastro é feito no próprio site da companhia. A regra básica, tanto para quem vai viajar como para quem vai “apelar” para as promoções, é fazer o cadastro antes de pedir crédito das milhas. No caso dos que desejam creditar um voo, o cadastro deve ser feito antes da data de embarque. Nos casos das outras companhias aéreas, a Trip, WebJet e Azul não têm ainda esses programas. No caso da Azul, o programa de vantagens se limita a créditos em voos futuros.

Há até casos de bancos que, para atrair o consumidor, chegam a oferecer milhares de milhas de bônus pelo pedido do cartão! É possível também encontrar promoção de assinatura de revista semanal/mensal e ganhar milhas como prêmios. Para se ter uma idéia do que isso vale: ano passado o Smiles (Gol/Varig) e a Tam tiveram uma promoção que possibilitava viajar por, respectivamente, duas e três mil milhas por trecho no Brasil. Traduzindo: era possível fazer Rio/Recife – Recife/Rio com quatro ou seis mil milhas.

Com o cadastro feito, vale a regra do “se vai gastar, que seja para ganhar algo”. Até mesmo empresas virtuais,para incrementar as vendas costumam, às vezes, transformar o valor do pagamento em milhas – sim, isso existe! Então, o jeito é sempre que for comprar algo estar atento a essa possibilidade. E perguntar antes, sempre!

A dica não é para estimular o lado consumista compulsivo de ninguém, mas para mostrar uma boa maneira de transformar gastos em vantagens.

Em tempo: já acumulei boas milhas na base do “melhor otimizar os gastos”. Exemplos: já ganhei cinco mil milhas quando pedi um cartão de crédito. Ganhei outras sete mil quando assinei um jornal por 1 ano. E algumas centenas de milhas na compra de um ar condicionado num site de loja de departamento. Além do que converto pelo programa de relacionamento do cartão de crédito e viajando. É um bom exercício de paciência.

 

Por Monica Sousa
Monica Sousa é jornalista. Mestre em Comunicação. Viajante sem luxos. Descobriu o prazer de viajar sozinha e não parou mais. No blog batendo-perna mostra que é possível se divertir gastando pouco. Viajar bem e barato.