Em seu 30º ano, Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro celebra a brasilidade de Ariano Suassuna

Musical “Suassuna – O Auto do Rei Sol” venceu três categorias: Autor, Figurino e Música

A noite foi de nostalgia no Copacabana Palace para celebrar os 30 anos do Prêmio Shell de Teatro. Durante a apresentação de cada uma das nove categorias, Nelson Freitas e Alice Borges, que conduziram a cerimônia, relembraram espetáculos que marcaram as últimas três décadas da premiação. E o grande vencedor desta edição foi o musical “Suassuna – O Alto do Rei Sol”, que levou o troféu em três categorias – Autor, Figurino e Cenário.

O espetáculo remonta uma série de elementos e personagens que permearam as histórias do paraibano que completaria 90 anos em 2017. O autor, o também paraibano Bráulio Tavares, era só alegria. “Eu sou da literatura, do cordel e de vez em quando sou convidado para fazer teatro. O bom do teatro é que, ao contrário da comemoração solitária da literatura, aqui ela é compartilhada”, disse.

A peça “Tom na Fazenda” foi vencedora de dois prêmios da noite, Ator e Direção. Na categoria Ator, os dois protagonistas, Armando Babaioff e Gustavo Vaz, eram indicados. O troféu ficou com Gustavo, que não esqueceu de seu companheiro de cena em seu discurso e afirmou que o prêmio pertencia dois.

O jovem diretor Rodrigo Portella era emoção pura. Ele relembrou seus tempos de adolescente, ainda em Três Rios, no interior do Rio, quando ao concorrer a um prêmio de teatro local disse que esperava mesmo o dia em que ganharia o Shell. “Existe teatro para além do eixo Rio- São Paulo. Quando eu tinha 5 anos assisti a uma montagem de ‘Pluft’ e nunca me esqueci”, comentou.

E como a trajetória profissional do homenageado desta edição, Hélio Eichbauer, se confunde com a do próprio prêmio, ele foi citado durante a premiação de cada categoria. Por fim, ele agradeceu a homenagem e desejou dias melhores ao teatro.

Sobre o Prêmio

O prêmio, que consagra artistas e técnicos que se destacaram nos palcos do Rio de Janeiro no último ano, é dividido em nove categorias: autor, diretor, ator, atriz, cenário, iluminação, música, figurino e inovação. Os vencedores de cada categoria receberão uma escultura em metal do artista plástico Domenico Calabroni, com a forma de uma concha dourada, inspirada no logotipo da Shell, e uma premiação individual de R$ 8 mil.

Criado em 1988, o Prêmio Shell de Teatro é referência nos palcos brasileiros. Em cada edição do prêmio são divulgadas duas listas de indicados ao longo do ano, com as peças que estrearam no primeiro e segundo semestres. O júri do Rio de Janeiro é comporto por Ana Achcar, Ana Luisa Lima, Bia Junqueira, Macksen Luiz e Moacir Chaves.

Veja a lista completa dos vencedores do 30º Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro:

Autor:
Braulio Tavares por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

Direção:
Rodrigo Portella por “Tom na Fazenda”

Ator:
Gustavo Vaz, por “Tom na Fazenda”

Atriz:
Yara de Novaes por “Love Love Love”

Cenário:
Carla Berri e Paulo de Moraes por “Hamlet”

Figurino:
Kika Lopes e Heloisa Stockler por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

Iluminação:
Paulo Cesar Medeiros por “O Jornal”

Música:
Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho por “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”

Inovação:
Espetáculo “Tripas” pela forma de realização entre a universidade, através dos programas de pós-graduação, e a produção teatral.

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